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A temporada da Feijoada em bares e restaurantes de Salvador

Publicado em: 08/02/2019
Por: Adilson Fonsêca
Atenção: Caso qualquer das fotos que ilustram essa matéria seja de sua autoria nos informe via WhatsApp (71) 9.9982-6764 para que possamos inserir o crédito ou retirar imediatamente.

A culinária baiana é única no Brasil, com uma intensa característica herdada pelos antigos escravos africanos e que difere em tudo das demais comidas típicas brasileiras. Em Salvador e em todo o litoral de norte a sul, nos mais de mil quilômetros de praias, as moquecas, de peixes, mariscos e até mesmo frutos como o chuchu e mamão verde, são feitas com azeite de dendê e leite de coco. O acarajé é prato obrigatório em todos os lugares, e a feijoada, diferente do resto do Brasil, em vez do feijão preto, do couve e da laranja, é feita com feijão mulatinho, acompanhada de um molho “lambão” e da farinha fina e torrada, a copioba.

De dezembro, quando começa o verão e a temporada de festas populares, até o carnaval, a maioria dos restaurantes, bares e botecos, iniciam o que os baianos costumam chamar de temporada das feijoadas. O prato, rico em calorias, não tem hora para ser apreciado, e não apenas nos almoços, mas desde as primeiras horas do dia, ele é servido, principalmente antes e durante os grandes eventos populares, como as frestas da Conceição da Praia, Boa Viagem, Lavagem do Bonfim, Rio Vermelho, Itapuã e, principalmente, durante todos os dias de carnaval.

Restaurantes sofisticados como o Barbacoa, costuma ter em seu cardápio a feijoada as quartas e sábados. O mesmo se dá com os principais hotéis de Salvador, que costumam reservar os sábados para oferecer aos seus clientes, principalmente turistas, esse prato que ganha contornos tipicamente baiano. Mas é nos grandes eventos, como o carnaval, que ele mais se sobressai, fazendo parte do menu de quem gasta as energias atrás dos blocos, afoxés e trios elétricos.

Dizer qual a melhor feijoada em Salvador é uma tarefa difícil para os próprios baianos. Desde o Tempero da Dadá, no Rio Vermelho, à tradicionalíssima Alaíde do Feijão, no Pelourinho, ou mesmo a Zuzu, no fim de linha do Garcia, e aquelas quase que anônimas, que surgem em cada evento popular, existem opções diversas, cada uma com um toque especial.

Veja alguns locais

Feijoada das Meninas – É servida na Lapinha. Para agradar a eclética clientela, é servida a regionalíssima feijoada baiana, com o feijão “mulatinho”, e feijoada carioca, com feijão preto. O bar fica aberto durante toda a madrugada aos finais de semana.

Endereço: Largo da Lapinha, ao lado da igreja

Tempero de Rita – Para quem não quer ficar no local, o restaurante instalou um serviço delivery. Um balde de feijão e todos os acompanhamentos à sua mesa. A responsável, Rita Pimentel começou cozinhando para amigos. Depois, comercializava marmitas e acabou criando um point da feijoada. O diferencial é que a feijoada, em vez de prato, pé um balde com todos os ingredientes, a carne do sertão (aqui não se chama charque), costela e paio. Tudo isso com muito alho, bacon frito, cebola, folha de loro e pimenta do reino.

Endereço: Rua Otávio Mangabeira, 3471 – Jardim de Alah (Salvador)
Horário de funcionamento: De sexta a domingo, das 11h às 16h
Whatsapp para delivery: (71) 99192-7922

Dendê Gastronomia Baiana: Localizado no Rio Vermelho, a feijoada ganha um ingrediente a mais nos finais de semana: o samba.

Endereço: Rua Fonte do Boi, 131 – Rio Vermelho
Horário de funcionamento: Feijoada aos domingos, das 11h30 às 18h;

Outras opções– Aconchego da Zuzu (Garcia);
– Bagacinho Boteco (Barra);
– Bar do Jonas (Costa Azul);
– Boteco da Mídia (Pituaçu);
– Bão Petiscaria (Stiep e Rio Vermelho);
– D’Venetta (Santo Antônio Além do Carmo);
– Dona Mariquita (Rio Vermelho);
– Feijoada da Dida (Estrada da Rainha);
– Feijoada da Negona (Mercado de Itapuã);
– Feira de São Joaquim;
– Navona (Bar do Tonho);
– O Líder (2 de Julho);
– Quatro Rodas (Amaralina);
– Tia Célia (Garcia);
– Velho Espanha (Barris).

O que é

A feijoada tem origens em Portugal e na África. Consiste num guisado de feijão, normalmente com carne, e quase sempre acompanhado com arroz. É um prato com origem no Norte de Portugal, e que hoje em dia constitui um dos pratos mais típicos das cozinhas portuguesas, com as versões à transmontana, à poveira, portuguesa, dentre outras, e do Brasil, com a chamada feijoada à brasileira, feita com feijão preto.

No Brasil, e mais especificamente na Bahia, é feita com feições preto e mulatinho. Em Salvador, o seu prato-irmão é a dobradinha, feita com feijão branco e que, em Salvador, pode ser encontrada com feijão mulatinho também. Em Salvador, além da carne bovina e de porco, carnes secas e linguiças, acrescenta-se o mocotó e vísceras de boi.

 

A feijoada brasileira (carioca), além da mistura de feijão preto com vários tipos de carne de porco e de boi, é servida com farofa, arroz branco, couve refogado e fatias de laranja, Já a feijoada baiana dispensa o couve, a laranja e em vez da farofa, é servida com farinha torrada de mandioca “copioba”. Uma das mestras na arte de fazer uma deliciosa feijoada é a famosíssima Dadá.

 

O jeito baiano de fazer

Ingredientes:

1 kg de feijão mulatinho
700 g de charque
200 g de toucinho
500 g de carne bovina
400 g de rabo de porco
300 g de orelha de porco
600 g de costela de porco defumado
400 g de chouriço ou paio
200 g de tomate
250 g de cebola
5 dentes de alho moídos
5 ramos de hortelã
10 g de pimenta-do-reino moída
4 colheres (sopa) de extrato de tomate
5 folhas de louro
Sal a gosto

Modo de preparar:

Deixe de molho as carnes de salpresas de um dia para o outro, trocando a água para retirar o sal. Refogue as carnes no toucinho acrescentado o feijão e a água necessária. Tempere com tomate, cebola, alho, hortelã, pimenta-do-reino, extrato de tomate e louro. A proporção que for cozinhado retire as carnes que forem amolecendo até que o feijão fique cozido.
Sirva com farinha de mandioca e/ou arroz natural.

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