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Irmandade da Boa Morte, uma tradição secular. Vale conhecê-la

Publicado em: 09/06/2023
Por: Paulo Junior
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Uma velha ponte de ferro, mais que centenária, une duas das mais importantes cidades do recôncavo baiano. Uma visita até elas custa pouco. Uma hora ou pouquinho mais em dia de trânsito livre, saindo pela BR 324. E conhecer Cachoeira e São Felix vale à pena, acima de tudo se der para conhecer  a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte.
Durante anos, até as décadas de 50 e 60 essas duas cidades eram portas de entrada das principais riquezas produzidas no estado e que a partir daí desciam pelo rio Paraguaçu até desembocar na Baía de Todos os Santos e chegar ao porto de Salvador, tomando incontáveis destinos. E  a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte sempre esteve lá, magnífica, pujante, bela. Santa!

Mas a história dessas duas cidades não se limita a isso. Nem a velha e bela ponte, que teima em se manter de pé, imponente como há um século.
Para construir a história do desenvolvimento da região, braços fortes dos negros trazidos da África como escravos, foram determinantes.


Eles chegavam às centenas, milhares melhor dizendo. Teriam sido 40 mil, segundo os historiadores, e se com as mãos e o suor a lhes escorrer pelo corpo ajudaram a construir alguns dos melhores engenhos de cana de açúcar da região e a carregar e descarregar tudo que chegava e tinha por destino o porto de Salvador, também nos deixaram marcas de sua cultura e de suas crenças.
Foi inspirado nessa crença, aliás, que nasceu há mais de 200 anos a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, que como bem diz o nome parecia clamar aos Deuses o fim do sofrimento e uma vida liberta.

Para escapar a vigilância de uma sociedade eminentemente católica, passaram a contemplar suas divindades como se fossem santos, daí ter nascido o sincretismo que marca hoje a fé dos baianos. Santo Antônio virou Ogum, Senhor do Bonfim se imortalizou como Oxalá e por aí se construiu mais essa página da história desta Bahia.
Na cidade, além da sede da irmandade, visita mais que obrigatória, há incontáveis casarões seculares, muitas igrejas e terreiros de Candomblé. Os restaurantes, a maioria deles populares, oferece finas iguarias inspiradas em receitas dos ancestrais escravos, como a maniçoba, considerada a melhor da Bahia.

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