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Centro antigo de Salvador oferece histórias e paisagens surpreendentes

Publicado em: 28/09/2024
Por: Adilson Fonseca
Atenção: Caso qualquer das fotos que ilustram essa matéria seja de sua autoria nos informe via WhatsApp (71) 9.9982-6764 para que possamos inserir o crédito ou retirar imediatamente.

Antes que comece o agito do carnaval, quando todos os espaços são tomados por foliões, e quando o verão oferece plenas condições de aproveitar a luminosidade do sol para fotografias, aproveite sua estadia em Salvador para conhecer, a pé, as surpresas que a região central da cidade oferece.

Do Santo Antonio Além do Carmo, ao Pelourinho, do Comércio à Rua Chile, descubra um pouco de como a primeira capital do Brasil se formou e porque se perpetua como um dos lugares mais bonitos, surpreendentes e histórico desse País.

A pé, por conta própria, ou depois de ver na Web o Projeto Vivenciar o Centro, você pode desbravar um pouco de tudo e ter a oportunidade de conhecer novos lugares e trocar experiências. O projeto faz parte do #VemProCentro, campanha de valorização do Centro Histórico da cidade, criada para estimular moradores e turistas a redescobrirem a região. Mas independente disso, você pode fazer seu próprio tour e descobrir o que essa cidade tem.

O passeio pelas ruas do Pelourinho, Santo Antônio Além do Carmo e Comércio, alguns dos bairros mais famosos da cidade, será a oportunidade, no contato direto, de conhecer suas histórias, arquiteturas, arte, gastronomia e peculiaridades.

O projeto #VemProCentro é patrocinado pela Prefeitura de Salvador e tem por objetivo promover a ocupação da região central também aos fins de semana, atraindo principalmente os moradores da cidade para um Centro Histórico revitalizado, mais vivo, colorido e cheio de atividades culturais.

Comércio – Para quem imagina que a Cidade Baixa, na Região do Comércio, se restringe ao Elevador Lacerda, Praça Cayru e Mercado Modelo, vai se surpreender com a diversidade que ali existe. Nas festas populares tem a da padroeira da cidade. Nossa Senhora da Conceição, basílica, cuja estrutura foi toda feita em Portugal e trazida para o Brasil para ser montada.

Ali perto, pouco conhecida de baianos e turistas, tem a Igreja do Corpo Santo, fundada em 1711, pelo marujo espanhol Pedro Gonçalves, em agradecimento por ter sobrevivido a uma tempestade na Baía de Todos os Santos. Sua planta é do tipo arcaico, encontrado na arquitetura religiosa rural, com nave e capela-mor formando um só corpo de construção, dividido convencionalmente pelo arco cruzeiro.

Mais adiante, já no final do bairro, tem a igreja de Santa Luzia do Pilar, que vive seu grande dia no 13 de dezembro. A igreja foi construída em 1718, com sua fachada em estilo rococó. Ao lado, abriga o antigo cemitério da Irmandade, edificado em 1799. Destacam-se as imagens de Nossa Senhora do Pilar, de São Sebastião, de Santa Rita de Cássia e do Senhor do Bom Caminho (do artista Manoel Inácio da Costa) além de peças de prata feitas pelo capitão Joaquim Alberto da Conceição Mattos.

E entre casarios seculares, um se destaca pela sua imponência: o suntuoso e majestoso prédio da Associação Comercial da Bahia, construído sob os alicerces do Forte de São Fernando, demolido em 1814/1816. O Palácio constituído por um embasamento sobre o qual ergue-se o prédio propriamente dito é composto por três corpos de construção: o pórtico central de pé direito duplo, com colunata jônica e dois corpos laterais simétricos com dois pavimentos. Uma imponente escada externa em dois lances conduz diretamente ao pavimento nobre.

E vale ainda conhecer os dois outros acessos à Cidade Alta, além do Elevador Lacerda: o Elevado da Sé ou Plano Inclinado Gonçalves, construído em 1874 e que, com dois bondinhos liga o Comércio à Praça da Sé, na Cidade Alta e o Plano Inclinado do Pilar, construído em 1897 e que liga o Comércio ao bairro do Santo Antonio Além do Carmo.

Santo Antonio – O Santo Antônio Além do Carmo é um daqueles destinos imperdíveis para baianos e turistas. Bairro adjacente ao Pelourinho, funciona como uma extensão do casario histórico. Tem roda de samba, arte pelas ruas, muitos espaços culturais e moradores apaixonados pelo bairro.

Entre uma conversa e outra, descobre-se uma gastronomia fantástica, rica em e sabores. Suas ruas estreitas e calçadas em pedras, revelam casarios e igrejas seculares como Senhor dos Passos, Perdões, Boqueirão, o Convento e Igreja da Ordem Terceira do Carmo, onde funciona um hotel de luxo, e a Igreja de Santo Antonio, ao lado do antigo forte militar, hoje transformado em Casa da Capoeira.

Rua Chile – Para se chegar a ela, vindo do Pelourinho, é preciso passar pela Rua da Misericórdia, onde o Museu da Santa Casa é um convite à parte. Mas é na Praça Municipal, na parte alta do Elevador Lacerda, que estão monumentos cartões-postais, como o Palácio Rio Branco, antiga sede do Governo do Estado, a antiga Cadeia Pública, atual Câmara Municipal, e a Rua Chile propriamente dita, um espaço de pouco mais de 200 metros entre as praças Municipal e a Castro Alves.

Em processo de completa restauração, essa rua, é a primeira e por séculos, amais famosa de Salvador, fundada em 1549, na época da própria fundação da cidade pelo primeiro governador-geral do Brasil, Thomé de Souza. Era uma rua comercial e muito movimentada, com diversas lojas que vendiam, tecidos, perfumarias, roupas masculinas e femininas, joias, utensílios domésticos e abrigava ainda o principal hotel de luxo de Salvador no século passado, o Palace Hotel, de 1934, atual Fera Palace, famoso por hospedar artistas que vinham para Salvador para shows, e celebridades internacionais, como Grande Otelo,  Orson Wells, Carmen Mirada e Pablo Neruda. Sua arquitetura é belíssima e vale entrar mesmo que só para conhecer e tomar um café.

 

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