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A catedral de palha, em Salvador, a igreja mais antiga do Brasil

Publicado em: 08/07/2023
Por: Adilson Fonseca
Atenção: Caso qualquer das fotos que ilustram essa matéria seja de sua autoria nos informe via WhatsApp (71) 9.9982-6764 para que possamos inserir o crédito ou retirar imediatamente.

Ela é a mais antiga sede episcopal do Brasil, mais que a própria Catedral Basílica da Sé, localizada no Terreiro de Jesus, em Salvador. E chegou a ser chamada de “A Sé de palha”, por ter sido construída em taipa e coberta de palha, em 1552, quando da chegada do primeiro governador geral do Brasil e fundador da cidade de Salvador, Thomé de Souza, em 1549, três anos antes.
A Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, na rua do mesmo nome, no lado oposto à Rua Chile, está incrustada próxima à entrada do Pelourinho, no meio de um cortado de ruas e antigo edifícios comerciais do Centro de Salvador e do imponente prédio da Câmara Municipal. É dedicada à Nossa Senhora da Ajuda, nome de uma das naus da frota de Tomé de Sousa, o primeiro Governador-geral do Brasil. Hoje é administrada pela Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos e Vera Cruz.
De grande valor histórico, internamente está decorada com pinturas em suas paredes e forros, guardando relíquias como a imagem do altar principal, de Nossa Senhora d’Ajuda, que teria sido trazida de Portugal pela esquadra de Tomé de Souza em 1549. Na parede esquerda da igreja encontra-se o púlpito onde o Padre Antônio Vieira proferiu seus memoráveis sermões. Na parte mais alta da igreja, também aberta ao público, há um grande Vitral francês todo colorido com a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia, uma das grandes surpresas desta construção.


Outras duas belas imagens são as das “jóias” da Ajuda. Uma, do Senhor dos Passos, encontra-se na nave (lugar dos fiéis) e é belíssima, mostrando um Cristo sofrido, com grande expressividade facial e uma grande cruz sendo carregada toda em detalhes de prata. A outra, do Senhor Morto, mais antiga, provavelmente de origem portuguesa e feita em carvalho, é ainda mais dramática e está guardada em um compartimento no altar, fechado por uma porta retrátil. Esta só é exposta uma vez ao ano, durante a “Procissão do Encontro” ou na sexta-feira da Paixão.
Três mudanças –  Para se adaptar ao progresso da cidade, a Igreja de Nossa Senhora da Ajuda teve que mudar de localização três vezes. Sua construção atual data do ano de 1912, mas sua primeira construção, a Igreja Primitiva, data de 1549, erguida pelo Padre Manoel da Nóbrega e outros Jesuítas que vieram evangelizar o Novo Mundo.


Tudo começou em 1552, quando chegou ao país o primeiro Bispo do Brasil, Dom Pero Fernandes Sardinha. Ele transformou a igrejinha da Ajuda, feita de taipa e coberta de palha, na primeira Sé do país, a “Sé Palha”. Depois, em 1579 o próprio Bispo Sardinha remodelou a primitiva igreja em pedra e cal. A segunda igreja colonial foi demolida em 1912, durante uma reforma urbanística e o prédio atual foi cortado ao meio para a passagem da rua que lhe dá acesso. O projeto foi desenvolvido pelo arquiteto italiano Júlio Conti, sendo inaugurada em definitivo em 1932.
Durante a Semana Santa, um pouco mais de 100 paróquias recebem missas e celebrações especiais por toda a cidade. A festa religiosa, que lembra a morte e ressurreição de Cristo, se inicia no Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e termina com a ressurreição de Jesus, que ocorre no domingo de Páscoa. Na igreja da Ajuda é celebrada uma missa na “quarta-feira das trevas”, às 12h30, e depois a imagem do Senhor Bom Jesus dos Passos é conduzida até a Igreja de São Domingos de Gusmão (Terreiro de Jesus, Pelourinho), onde se encontra com a imagem de Nossa Senhora das Dores – o encontro de mãe e filho. Juntas, as duas estátuas percorrem as ruas do Centro Histórico até retornarem à Igreja da Ajuda.


O Tríduo preparatório acontece nos dias 15, 16 e 17 de dezembro, que são momentos de fé onde cada padre a cada dia conta um pouco da história de Nossa Senhora da Ajuda preparando os fiéis para o dia 18. Então, nesta data, acontece uma missa solene às 12h30, seguida de procissão pelas ruas do Pelourinho. Os fiéis acompanham emocionados, se revezando na condução da imagem da Padroeira.
Serviço – De segunda a sexta, das 08h às 17h. Fecha aos sábados e domingos. Missas: sempre às 12h30. Segundas em devoção à Santa Luzia; terças, devoção a Santo Antônio; quartas, em veneração à Nossa Senhora da Ajuda; quinta, devoção à Santa Rita de Cássia; sexta, louvor ao Bom Jesus dos Passos, e “momento da misericórdia” e exposição do Santíssimo.

 

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