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Um lugar onde se conta a história da música baiana

Publicado em: 14/12/2023
Por: Adilson Fonsêca
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Em qualquer lugar que se ande por Salvador, seja nas ruas, becos e ladeiras do Centro Histórico, na boemia de bairros como o Rio Vermelho ou Itapuã, nas praias e na periferia, a musicalidade do baiano se faz presente. No som dos atabaques, agogôs e timbales, nas baterias das bandas percussionistas ensaiando para o carnaval, no forró, nos ritmos da sofrência ou no arrocha, e na axé music e suas inúmeras derivações, o baiano canta, dança e expressa sua alegria e amor por essa cidade, primeira capital do Brasil e um dos destinos turísticos mais procurados pelos brasileiros.

E nada mais natural que se ter um lugar para se contar toda essa história, que fez daqui surgir o carnaval nos moldes como ele é hoje em todo o país, com os trios elétricos que aqui nasceram. Ou na musicalidade afroreggae tipicamente baiana, que mistura todos os ritmos presentes nas aparições dos blocos afros e afoxés. Foi daqui que surgiram nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Dorival Caymmi, Moraes Moreira, Carlinhos Brown e Ivete Sangalo, entre tantos nomes que compuseram e ainda hoje compõem a música brasileira.

Instalada estrategicamente pela Prefeitura de Salvador na região do Comércio, defronte ao Mercado Modelo e tendo ao fundo o Elevador Lacerda, o Museu da Música, ou como é chamado Cidade da Música, utiliza uma estrutura de alta tecnologia para proporcionar um verdadeiro mergulho no passado, presente e futuro da produção sonora da primeira capital do Brasil. Ali está a trajetória histórica do berço de grandes artistas da MPB, samba-reggae, rock, pagode, axé e de diversos outros gêneros e ritmos, que fazem de Salvador, com a música, uma de suas principais manifestações culturais e artísticas.

Tecnologia e história – Além de contar a história da musicalidade baiana, o espaço também será um centro cultural de produção de novas linguagens musicais, com aparelhamento técnico e estúdios para promover novos movimentos. São 1.914,76 m² de área construída em quatro pavimentos, cuja imersão dos visitantes é proporcionada através da mais moderna tecnologia utilizada atualmente. O piso térreo conta com hall de entrada, recepção/bilheteria, salão de estar, café, loja, biblioteca, midiateca, centro de pesquisa, área de infraestrutura do centro cultural, secretaria, depósito, copa e área de funcionários. A partir daí, a viagem ao universo sonoro da capital baiana é monitorada através do próprio smartphone do visitante, a partir do sistema da Cidade da Música a ser acessado através de QR Code e mediante preenchimento do cadastro.

Os pavimentos superiores abrigam acervos permanentes e estão sob as curadorias do antropólogo Antonio Risério e do arquiteto e artista Gringo Cardia, que também atuaram em outro equipamento municipal: a Casa do Carnaval da Bahia, na Praça da Sé. No primeiro andar da Cidade da Música, os visitantes se deparam com a exposição “A Cidade de Salvador e Sua Música”, que retrata bairros da cidade e suas músicas, histórias, depoimentos e novas tendências. O local dispõe de recursos audiovisuais através de uma grande maquete interativa, três grandes telas de projeção, estações de consulta e estúdio para gravação de depoimentos.

A história da “Tropicália”, com ilustrações gigantes de fragmentos da pintura modernista de Genaro de Carvalho, ou a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), também é contada em espaços específicos com nove cabines de vídeos, além de três salas, com conteúdo diversos. Como o da música clássica, mostrando como funciona uma orquestra passo a passo, quais os instrumentos a compõe e vídeo gravado com a OSBA.

A sala “A Nova Música da Cidade” traz experiência imersiva com grande tela de 80 polegadas, onde passam vídeos com grupos novos, cantores em ascensão e grupos periféricos de música. Já a sala “Quem Faz a Música da Bahia” é equipada com uma grande tela na qual são exibidos 260 depoimentos das pessoas mais importantes e representativas da música baiana. Lá, o público também tem acesso a uma edição do vídeo dinâmica em forma de roda de conversa, de maneira a ter um conteúdo interessante em qualquer momento que se entra nela.

O último pavimento da Cidade da Música da Bahia oferece entretenimentos educativos. Há três estúdios de gravação de clipes karaokê onde o visitante escolhe um fundo gráfico e, ao final, tem seu clipe pronto para postar em redes sociais. Uma estação de vídeo mostra todos os clipes que foram gravados. O conteúdo é acumulativo e dá para pesquisar quem gravou.

História – O Casarão dos Azulejos Azuis, onde está instalado o Museu Cidade da Música da Bahia, foi tombado em 30 de julho de 1969 pelo Iphan, mas a história do imóvel é bem mais antiga. A fachada principal exibe dezenas de janelas de arcos em forma de ogiva, como em outros edifícios neogóticos.

O Guia dos Bens Tombados Brasil, do Iphan, cita que não há informações precisas sobre as origens do sobrado. Acredita-se que ele tenha sido construído entre 1851 e 1855. De lá para cá, o imóvel passou por diversas transformações, abrigando o Hotel Muller, ainda no século XIX, e até o supermercado Paes Mendonça na segunda metade do século XX.

Funcionamento – O funcionamento da Cidade da Música da Bahia será de terça-feira a domingo, das 10h às 17h. O valor do ingresso é R$20 (inteira) e R$10 (meia) – o benefício da meia entrada é extensivo a cidadãos residentes em Salvador, mediante comprovação de endereço. A visitação deverá ser feita através de agendamento prévio, a ser feito no site www.cidadedamusicadabahia.com.br/

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