O São João mais aguardado dos últimos anos na Bahia

Foram dois longos anos (2020 e 2021) sem se ouvir o som da sanfona, da zabumba, do pandeiro e do triangulo. E no último ano (2022) a festa foi retomando aos poucos a sua tradição. Para este ano, o espocar dos fogos, a comida típica e o licor de jenipapo, devem acontecer com plena força e alegria, para milhões de baianos e turistas. Este ano o São João, e com ele Santo Antônio e São Pedro, promete ser uma das maiores festas de todos os tempos. Desde o mês de maio que a maioria dos 417 municípios, incluindo Salvador, se prepararam para a festa, que começa com a trezena de Santo Antônio, tem o auge no São João e termina no dia 29 de junho, com os festejos a São Pedro.

Os municípios de várias regiões da Bahia já confirmaram a intenção de realizar as tradicionais festas de São João, e vêm se esmerando na contratação de artistas, decoração de ruas e praças e preparando o que há de melhor na culinária da tradição junina. Festa deve movimentar a geração de mais de 60 mil empregos temporários, e, de acordo com estimativa do Ministério do Turismo, a economia formal e informal movimenta mais de R$1,2 bilhão ao redor da festa.

O Governo do Estado, por meio da Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa), tornou público, na edição do Diário Oficial do último dia 28 de fevereiro, o resultado da seleção de projetos que serão apoiados para realização dos Festejos de Santo Antônio, São João e São Pedro, como parte integrante do “São João da Bahia e demais Festas Juninas 2023”, com base no Edital de Seleção Pública, devidamente publicado. No total, 171 municípios foram habilitados e estão aptos à celebração de Convênios de Cooperação Técnica e Financeira para a viabilização das festas.

O valor do apoio varia de R$ 50 mil a R$ 140 mil. O edital engloba eventos a serem realizados de 01 de junho a 02 de julho de 2023. De acordo com o Bahiatursa, a seleção das cidades considerou quesitos como: inovação da oferta de atrativos e serviços turísticos no município ou território; geração de fluxo turístico; integração da economia local ou territorial com a atividade turística e preservação da identidade cultural e natural local como atrativo turístico.

Cidades se transformam – A partir do início de junho quem visitar quaisquer um dos 417 municípios baianos já vai ter de cara um cenário diferente. São ruas enfeitadas com bandeiradas, palcos nas principais praças e as primeiras fogueiras sendo armadas nas portas das casas mais afastadas do centro comercial da cidade. O cheiro de licor impregna o ar de cidades tradicionais produtoras, como Cachoeira e São Felix, Cruz das Almas e Jequié, entre outras.

O São João transforma os cenários dos municípios que se preparam para a festa, com – produção de pratos típicos e licor artesanal, venda de fogos de artifício, incremento do transporte aéreo e rodoviário, aumento do mercado de hospedagem, seja em hotéis ou casas de aluguel por temporada, e movimentação do comércio local.

Em Cachoeira, por exemplo, a festa acontece no cais do Porto do Rio Paraguaçu, onde acontece uma tradicional feira. Na maioria das casas, muitas delas tombadas como patrimônio histórico e arquitetônico, o licor é vendido nas portas. Amendoim, milho verde, pamonha e bolo de milho, podem ser encontrados nas feiras livres de várias cidades da região, como Santo Amaro, Muritiba, Cruz das Almas, onde acontece a tradicional Guerra de Espada, e Amargosa, dona de uma das maiores festas do Recôncavo Baiano.