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Que tal passar uma manhã no Centro Histórico de Salvador?

Publicado em: 24/05/2023
Por: Adilson Fonsêca
Atenção: Caso qualquer das fotos que ilustram essa matéria seja de sua autoria nos informe via WhatsApp (71) 9.9982-6764 para que possamos inserir o crédito ou retirar imediatamente.

 

Um velho calção de banho
O dia pra vadiar
Um mar que não tem tamanho
E um arco-íris no ar

Depois na Praça Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime
Beber uma água de coco é bom

A música, imortalizada na letra e voz de Toquinho e Vinicius de Moraes, de 1971, descreve uma Itapuã, bairro que época era o limite norte de Salvador, sob o olhar da poesia, que ainda permanece, apesar da modernidade e da extensão litorânea de Salvador até Stella Maris e Praias do Flamengo, já na divisa com o município de Lauro de Freitas. Mas cabe, com adaptações do ambiente local, para outras paisagens de Salvador, onde a magia, a poesia e a beleza artística se espalha nas ruas.

É o caso do Centro Histórico de Salvador, mas precisamente no trecho que vai da Praça da Sé até e o Santo Antonio Além do Carmo. Entre ruas, ladeiras e becos, igrejas e um casario colonial de beleza arquitetônica as mais variadas, guarda riquezas históricas. Essa riqueza artística se espalha pelas ruas, nas roupas dos seus moradores, comerciantes e frequentadores, e se expressa nos quadros, trançados, na música, na gastronomia com sabor e tradição africanos, mas com uma característica única da Bahia, na dança dos ensaios e aulas dos blocos afros, e no gingado da capoeira.

Fazendo o sentido inverso, pelo Largo de Santo Antonio Além do Carmo, além da bela vista da Baía de Todos os Santos, a partir da praça defronte à Igreja, o velho Forte Militar do Barbalho abriga a Casa da Capoeira, onde os estilos Angola e Regional são praticados. Mas ali mesmo, seguindo pela Rua Direita do Santo Antonio, depara-se com as manifestações arquitetônicas no calçamento em “pedra cabeça de nego”, trazida pelos antigos escravos, na Ladeira do Boqueirão, que dá defronte à Igreja de Nossa Senhora do Boqueirão, de 1726.

Gastronomia – Zanzibar cujo nome já indica, é um dos tradicionais restaurantes de comida afro-baiana. Com ampla vista para a Baía de Todos os Santos, funciona em um casarão colonial, cuja fachada não dá a dimensão da beleza do seu interior. Almoço ou simplesmente petiscar ao ar livre, com abarás e acarajés, e frutos do mar. A opção fica quase que defronte, no Bar da Cruz do Pascoal, defronte ao monumento erguido ainda em 1743. Em 1952, o bar com o mesmo nome foi inaugurado. O Cafellier, sob um promontório que descortina a Baía de Todos os Santos, nas redondezas, é outra opção.

Mas a gastronomia do Centro Histórico não se restringe ao corredor Santo Antonio Além do Carmo. Ela pode ser apreciada no Largo do Pelourinho, no Restaurante-Escola do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem, Comercial), bem no Largo, quase que defronte ao Museu Casa de Jorge Amado, ou no Coco Bistrô, no Terreiro de Jesus. Entre as andanças, como forma de “abrir o apetite”, uma passada no tradicional Cravinho, defronte à Catedral Basílica, para saborear a infusão de cachaça com raízes, onde se forma deliciosas batidas, onde o cravinho é o carro-chefe.

Música e Arte nas ruas – Na rua principal do Pelourinho, que dá acesso ao seu famoso largo, artistas não apenas expõem seus trabalhos nas calçadas, como há ainda aqueles que se prestam a executar ao ar livre, suas obras de artes. O local é uma espécie de galeria de arte ao ar livre e qualquer passante pode apreciar os trabalhos.

Nos becos que ligam a ladeira do Pelourinho ao outro lado, onde fica a sede do Afoxé Filhos de Gandhi, e do Bloco Afro Olodum, os tambores ecoam entre as paredes dos velhos casarões, indicando algumas aulas para novos e velhos músicos. E é nesse espaço que se pode ver as trançadeiras, que são mulheres que realizam os diversos tipos de penteados afros, desde os trançados longos, para quem tem os cabelos mais lisos, aos estilos mais curtos, à moda “rastafári”.

Mas é no Largo do Terreiro de Jesus, e na Praça da Sé, entre as igrejas de São Domingos, São Pedro, São Francisco e a Catedral Basílica, que se pode ver não só as tradicionais baianas, ricamente trajadas, com seus colares de contas, como também as famosas rodas de capoeira, onde até mesmo iniciantes são convidados a participar. Aos sábados e domingos é possível também se ver pequenos grupos de percussão que se apresentam gratuitamente nesses locais.

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